O pescador algarvio

Longe vai o tempo em que o Algarve era, no litoral, terra de pescadores.
Hoje em dia, os pescadores são uma espécie de resistentes, adaptados à mecanização e circunscritos a pontos limitados da nossa costa.
O Algarve tem um enorme potencial de pesca, a que não são alheios os seus portos de Sagres, Portimão, Albufeira, Quarteira, Olhão e Tavira, por exemplo.
Foi na capital do turismo que passei recentemente pela rotunda do pescador, agora ornamentada com uma enorme e magnífica escultura que simboliza bem a rudeza da vida de quem se dedica à pesca, contra ventos, marés e tempestades.
O peixe é um alimento essencial para a nossa saúde, mas a pesca, por artes e desenganos da Europa macrocéfala, foi há algumas décadas descaracterizada e menorizada no nosso país.
Os custos dessas opções políticas fazem sentir-se na economia e na desestruturação socioeconómica do território. Resta-nos olhar, com alma poética, para esculturas como a que embeleza aquela rotunda em Albufeira. Olhar e pensar.